quinta-feira, 2 de setembro de 2010

argentina e passeios que não envolvem (necessariamente) gastronomia

Depois do meu primeiro post sobre comer e beber em Buenos Aires, as pessoas me pergunatram se eu não fiz nada mais do que encher a pançola na terra da Evita. Sim, eu fiz, apesar que os passeios gastronômicos foram maravilhosos. E lembrando: fiquei 10 dias e não um final de semana, ou seja, minha comilança foi diluída ao longo do tempo.

Eu fiz aquela coisa básica de city tour, mas eu fui com um ônibus especial, aberto, que vai passando pelos principais pontos tutísticos e você pode descer e pegar os próximos (eles passam, supostamente, de meia em meia hora nos locais combinados). Achei que valeu a pena pois em um dia passei por tudo e pude voltar onde eu mais gostei. Esse sistema é chamado de Hop-on Hop Off e pelo menos eu nunca tinha ouvido falar. Sempre vejo aqueles city tours básicos em que todo mundo fica fechado no busão e tem que descer juntos nos pontos, como uma (suposta) família feliz.


O serviço chama Buenos Aires Bus e você pode comprar o ticket por 24h (70 pesos) ou 48h (90 pesos). É um ônibus amarelo, aberto na parte de cima e fica passando um vídeo explicando os locais, tem opções de diversos idiomas e os fones são individuais. O bacana é ir na parte de cima, dá para tirar fotos no percurso, mas coloque blusa, cachecol e leve até um gorro se estiver mais friozinho porque é um vento forte que desanima qualquer um.

O ponto inicial é na Florida com a Diagonal Norte, o primeiro ônibus sai às 9h e é por lá mesmo que você compra o bilhete, que deve ser apresentado sempre que você entra nos ônibus seguintes, caso venha a descer.

Abaixo o roteiro que ele faz e por onde eu passei, com ou sem o ônibus:

0) Florida - exatamente a rua do meu Hostel, é bem movimentada durante o dia. Pode ser comparada com a nossa 25 de Março: camelôs ficam no chão vendendo coisas, os homens ficam te chamando para "câmbio, câmbio" o tempo todo. É aqui que se compra malha e couro. O bacana é que é uma rua bem central e na altura da Corrientes fica uma estação de metrô.

1) Plaza de Mayo - vale a foto

2) Congresso Nacional - voltei depois do passeio para uma visita guiada que não existia no dia em que eu fui, ou seja, tempo perdido. Na região tem o Museu de Ciências Naturais, com uma amostra de meteoro e fóssil de dinossauro. Estava fechado quando eu fui também, só abre após às 14h... Ou seja, manhã em vão.

3) Monserrat - nem lenbro o que tem ali...

4) San Telmo - não desci com o ônibus, voltei no Domingo para a tal da feirinha que, tirando alguns artigos locais como as figurinhas relíquias de craques argentinos, é uma feirinha de antiguidades bacana, como de qualquer outro lugar. Não encontrei o famoso banco da Mafalda que me indicaram, mas deu para passear um pouco. Aproveite para almoçar no Desnível e depois volte para jantar também, rs.

5) La Boca - Desci no estádio do Boca Juniors e pude entender um pouco da paixão dos Argentinos pelo futebol, em especial da lenda em torno da "Bombonera". O estádio é realmente um caldeirão e deve explodir nos clássicos, é pequeno e os bancos da parte de baixo ficam colados ao campo, separados apenas por um vidro blindado. Tem um museu bacaninha e a opção de visitas guiadas, mas dá para ir sem o guia numa boa.


Depois do estádio, o ônibus parou no Caminito, a tal ruazinha fofa. Vale um café no Havanna e uma foto com o tio do tango.


6) Reserva Ecológica - não visitei

7) Puerto Madero - não desci com o ônibus, mas passei por lá para jantar e caminhar um pouco durante o dia. Aqui fica o Marcel e o Sottovoce que mencionei já. E não, não fui ao Asia de Cuba.


8) Plaza San Mantín - vale a foto

9) Palermo / Rosedal - tem um parque bacana e é uma região onde o pessoal costuma praticar esportes, andar de patis, bicicleta. Tipo um Parque do Ibirapuera.

10) Plaza Italia - não desci com o ônibus, mas voltei porque ali fica o guichê para ir ao Zôo de Lujan (que merece um post dedicado apenas a ele), o Jardim Botânico (onde os gatos são a maior atração) e o Zôo de Buenos Aires.

11) Recoleta - descida e visita básica ao cemitério e a Catedral Del Pilar. Vale a pena pagar uma merreca (4 pesos, acho) e conhecer os Claustros del Pilar, onde as freiras moravam. A entrada fica por dentro da Catedral. No cemitério o que mais me chamou a atenção foram as dezenas de gatos espalhados por lá... Vale visitar o Buenos Aires Design por lá, um local descolado de decoração e design local. A loja Morph é um sonho. Dá para ir no pub e no San Juanino, que mencionei no primeiro post.

12) Plaza Lavalle - vale a foto

Fora desse circuito, tirei uma tarde e fui até o Malba, museu de arte contemporânea. Por 8 pesos, você pode ver Tarsila do Amaral, Diego Rivera, Di Cavalcanti, Portinari, Frida Kahlo, Hélio Oiticica... Preciso confessar que eu, boba do jeito que sou, me emocionei lá dentro. Lembrei das minhas aulas no Colégio, onde a minha professora Cidinha passava toda a sua paixão e sensibilidade ao nos explicar arte e literatura. Sentada num banquinho em frente a Frida Kahlo, um filme passou na minha cabeça e eu daria tudo para fazer um passeio desses com ela ao meu lado.


Não teve jogo na Bombonera enquanto estive lá, mas consegui ir ao estádio Monutental de Núñez e assiti River Plate (3) x Independiente (2). Estádio lotadão, mais de 60.000 torcedores, 90% do River. Fazendo uma comparação, é como o nosso estádio do Morumbi e o time do São Paulo num jogo com algum time do interior. Tem visita guiada e museu também, dá para conhecer sem ter jogo. Para quem osta de futebol, é uma experiência incrível, de arrepiar qualquer um. Dá-lhe, River!!!


That´s all, folks. Espero que estejam gostando da série de Buenos Aires. Fica faltando contar do Zôo de Lujan, mas deixo um teaser para o próximo post... 


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

argentina - dicas úteis e fúteis

Continuando a série de Buenos Aires, algumas dicas bobinhas e que podem ser conhecidas de alguns, mas que sempre ajudam...

1) Táxi x Metrô x Caminhadas
Todo mundo diz que dá para fazer "tudo" em Buenos Aires à pé. Sim, realmente dá para fazer um monte de coisas com um belo par de tênis, mas tem vezes que a caminhada é longa demais, principalmente depois de um vinhozinho no almoço, rs... Ouvi todo mundo dizer que motorista de táxi em Buenos Aires é malaco com turista, mas eu não levei golpe de nenhum, nem de nota falsa, nem de caminho duvidoso. Aliás, é sempre bom tentar dar uma referência da rua que está indo, dizendo que aquela numeração fica entre tal e tal "calle". O táxi é barato mesmo (prefira os Radio Taxis), nenhum percurso que eu andei foi mais de 22 pesos, mas você pode economizar muito usando o metrô (lá eles chamam de Subte) - a passagem custa 1,10 pesos! As principais estações são perto da maioria dos pontos turísticos e, se não for, vale pegar o táxi mais próximo do destino final. São poucas linhas de metrô, mas funciona exatamente como em São Paulo, a única diferença é que são poucos os pontos de baldeação e eles não anunciam as estações e você tem que ficar sempre ligado no nome das benditas. A linha A (azul clara) ainda conserva os trens antigos, de madeira, com lustres a acionamento manual das portas, bem diferente... Se você está acostumado a andar de metrô em SP vai sentir muita diferença na rapidez dos trens, limpeza das estações e na quantidade de ambulantes dentro dos vagões: eles chegam e colocam os cacarecos na sua perna e depois passam recolhendo. Tem muito show e tocador de flauta peruana também durante as viagens. Haja paciência...


2) Cartões de Crédito e Débito
A maioria dos lugares aceita o débito e o crédito, mas ainda existem restaurantes que o pagamento precisa ser feito em dinheiro mesmo, como no Desnível, por isso tenha sempre pesos com você. Os cartões precisam estar sempre acompanhados de um documento com foto - em alguns lugares minha carteira de habilitação não foi aceita, recomendo levar sempre o RG e/ou passaporte. Mesmo tendo chip e senha, muitas vezes ela não foi solicitada, como no Burguer King e no San Juanino e, mesmo quando eu a digitava, assinava o comprovante em alguns casos.

3) Taxa de serviço em restaurantes
Quase nenhum restaurante aceita o pagamento da taxa de serviço nos cartões. A taxa não está incluída na conta e você paga à parte em dinheiro.

4) Caixa eletrônico
Parece imbecil o que vou dizer, mas nunca bloqueie sua senha em um caixa eletrônico no exterior porque, infelizmente, não há o que fazer. O Banco Itaú, por exemplo, não é interligado com o Brasil e simplesmente esqueça seu cartão se isso acontecer, como foi meu caso. Nos lugares onde a senha não ea solicitada, ok, mas onde eu tinha que colocar a bendita, lá se iam os meus pesos em dinheiro vivo... Um serviço que eu eu não conhecia e que salvou a minha vida foi o Western Union - se você tem alguém que é correntista no Banco do Brasil, essa pessoa faz um depósito aqui no Brasil e depois de 20 minutos você pode ir em qualquer agência Western Union e retirar seu dinheiro com o passaporte (RG não é aceito!). Tem também o Money Gram, para quem usa Amex. Se você é correntista Itaú, pode receber o dinheiro pelas agências aqui no Basil, mas não pode enviar.

5) Notas falsas
Isso é bem difundido, até pelos agentes das casas de câmbio: cuidado ao trocar dinheiro com taxistas e em locais muito pequenos pois você pode receber notas falsas, principalmente de 100 pesos. Eles pegam seu dinheiro e, rapidamente trocam a nota e te devolvem dizendo que a que você deu era falsa. Tem gente que aconselha circular os dois últimos números da nota na hora de entregar ao taxista para ele ver que você está marcando a nota, mas eu acho isso deveras desagradável e você já começa a nivelar todo mundo por baixo... Acho mais fácil trocar o dinheiro em algum estabelecimento de confiança e colaborar com o troco do coitado do motorista. Quem me disser que em SP não tem malandro desse tipo, vai estar sendo hipócrita. 


6) Compras
Não achei nada de extraordinário nas compras em Buenos Aires... O que vale a pena mesmo são os cashmeres (vá até a Florida, os preços são quase padronizados em todoas as lojas e vale a pena levar mais de um para ter desconto). Eu ia levar uma jaqueta de couro, mas depois do episódio do cartão, fiquei sem. Tem Zara na Florida também, mas na conversão os preços saem quase iguais aos de SP. Maquiagem da Mac vale mais a pena levar no Duty Free de SP, embora os esmaltes vendam apenas nas lojas de rua. Na Galeria Pacífico comprei um pó+blush+sombra na loja Bobbi Brown, por indicação da minha irmã Andréa. É uma marca que vai chegar no Brasil daqui 3 anos só, mais salgada do que a Mac, mas com uns mimos incríveis para quem curte maquiagem =). 


7) Celular
Se você tem Iphone, desative a troca de qualquer tipo de serviços de dados, porque mesmo usando o Wi Fi, se por um segundo ele sair do ar e você entrar no seu pacote de dados, ferrou. Além de usar tudo como excedente do seu plano, você vai pagar R$ 36 por MEGA navegado.

Acho que é isso... Caso alguém queira colaborar com esse post, me mande um e-mail que atualizo as dicas.