sexta-feira, 3 de julho de 2009

momento zen...


Não é novidade para ninguém que sou ansiosa além da conta... Ano passado, me indicaram a acupuntura como forma de amenizar esse meu lado B. Eu nunca acreditei muito nesse treco de fura fura e morro de medo de agulhas. Um dia, vencida pela dor de estômago e alguns fios de cabelos brancos, resolvi marcar a consulta com o tal "dr. fulano, acupunturista, que todo mundo da empresa que eu trabalho A-M-A de paixão". Diziam que o japa era como uma entidade aqui na terra e eu não gastaria um centavo, pois o plano de saúde que tenho cobriria tudo, já que o acupunturista é médico. Para ajudar, o consultório era relativamente perto do meu trabalho, o que já é uma benção levando-se em conta que o escritório é onde Judas perdeu as meias. Ou seja: tudo conspirava a favor.

Sala de espera típica de pessoas zen: muitos origamis, gravuras orientais, chá verde, estatuetas japonesas e muitos japoneses. Tive um pouco de medo pois a idéia de meditação, yoga, tai chi ou qualquer coisa natureba que me faça ficar imóvel por muito tempo me deixa ainda mais ansiosa.

Quando entrei para a consulta, respondi perguntas que iam desde se eu queria casar até que cor era meu xixi, passando por cirurgias que minha família já fez, qual a minha profissão e o que eu espero do futuro. Fui respondendo meio incrédula ao turbilhão de questionamentos. Ele examinou meu pulso e a minha língua. Foi ai que eu começei a botar uma fé no que me prometeram: o japa começou a descrever minhas cracterísticas, como eu agia frente às situações, somente olhando as papilas da minha língua.

Fui para a salinha do espeto e o Dr. Japa teve que me convencer que não doia... Começou pressionando com o dedo e quando ey]u vi, tinha uma agulha na minha barriga! Passado o pânico incial, começei a relaxar e, a cada agulhada, eu subia um pouco para o céu. Fiquei uns 30 minutos relaxando ao som de musiquinhas zen... Não quis sair correndo, queria que o tempo não passase. Ao sair da sala, eu só pensava "Oi, quem sou eu? Onde estou e para onde vou?". Uma descarga de endorfina embriagou meu corpo. Voltei algumas vezes, viciei.

Mas o tempo, ou melhor, a falta de tempo, me fez largar as agulhinhas mágicas. Aos poucos, voltei para o mundo real... A ansiedade é um veneno que vai paralisando, literalmente, todo o meu corpo e faz umas 3 semanas que cheguei no estado de letargia máximo: meus dois ombros eram 2 bolas de tênis doloridas demais da conta. A expressão "não leve o peso do mundo sobre seus ombros" foi escrita para mim, certeza. Fiz shiatsu, tomei relaxante muscular, chorei, fiz shiatsu de novo, fui na fisioterapeuta, fiz ultrassom, intravermelho, choquinho, rezei, chorei de novo e fiz shiatsu. Estava com dificuldade para dormir e acordar. Ou seja: um caco humano. Isso sem contar a pressões no trabalho, na pós e no meu coração de pudim também, que fizeram meus ombros travarem de vez.

Lembrei do Dr. Mágico e corri para as agulhadas... Depois da bronca pelo sumiço, o japa começou a atacar de psicólogo e tarólogo novamente, lendo tudo o que se passava na minha mente. Preciso contar que começei a chorar de novo? Ai ai ai, esse Pudim pulsante ainda me mata. Sai novamente com a sensação de quero mais. Um cara fechou o meu carro e eu sorri. Fui até o Shopping Morumbi atrás de uma loja que nem existia no Shopping e não me estressei: fui jantar sozinha e, no maior estilo blasé, recusei a sobremesa. Entrei na Fnac e não estourei o cartão de crédito. Senti meu corpo leve e se antes eu levava o mundo nas costas, nessa noite eu tinha apenas o Brasil.

As agulhas são mágicas mesmo. Dói? Não... A não ser naqueles pontos que estão com algum pepino. O da ansiedade é bem no meio do peito. Conseguem adivinhar qual o ponto que mais me incomoda???

Um comentário:

  1. eu tenho pânico de agulhas, não faria acunpuntura por nada nesse universo!

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