quarta-feira, 24 de junho de 2009

homenagem

Considero esse o meu primeiro post oficial. Esse blog ficou salvo e esperando um grande acontecimento na minha vida para que ele fosse finalmente publicado. Como eu disse anteriormente, o tempo é inimigo das coisas boas que precisamos colocar em prática. Encontramos tempo para um monte de coisas que não queremos fazer e o que realmente nos dá prazer, muitas vezes, fica em segundo plano. Auto-sabotagem!

Quando a minha melhor amiga me disse que casaria, seria
mãe, eu seria madrinha e dama de honra, pensei: é agora ou nunca! O grande momento de estréia vai chegar! Mas cade a coragem? Cadê o tempo? O medo de não ter o que escrever e espantar as poucas moscas que passarão por aqui falou mais alto e o "pseudo confissão" ficou mais uma vez salvo sem nada publicado (O post desse dia tão especial na minha vida está pronto e será blogado em breve).

Infelizmente, escolhi um outro acontecimento para dar o início oficial aos meus pseudos testemunhos de vida. Meu post de estréia vai para uma amiga recente, porém não menos especial do que todas que moram em um pedaço do meu coração de pudim. A Luisa perdeu hoje uma de suas filhas felinas, a Pepita. Eu não quero repetir aqui a história dessa adoção, não quero fazer apologia ao enorme coração da minha amiga e muito menos dizer que essa é uma homenagem à Pepita pois, como a Mari já disse no Blog do AUG, ninguém melhor do que a própria Luisa para fazer isso. Posso apenas escrever como pseudo testemunha dessa linda história entre as duas. Não pude ser tão presente o quanto eu quis, mas meus pensamentos sempre estiveram com elas.

Eu tenho um enorme problema para decidir sobre qualquer coisa: me dê mais de 2 opções e eu piro. Cardápios enormes, lojas gigantes, mil cores, sabores e formas me deixam alucinada e o que deveria ser uma diversão, torna-se um martírio sem fim. Eu pondero mil vezes, penso em todas as alternativas e já vislumbro cada uma delas acontecendo, com princípio, meio e fim. Depois, faço uma interecção das opções tentando (em vã0) chegar a alguma conclusão que, na desordem da minha cabeça, parece ser a mais lógica.

Decidir por mim já é complicado. Pelos outros, ainda pior. E decidir por alguém que depende de mim, um pedacinho fora do meu corpo, é praticamente impossível. Dói a alma. O vazio não acaba, o buraco não fecha. Assim como a minha Ski, a Pepita precisou ser eutanasiada hoje pela manhã (23/06) devido a um seríssimo problema renal que estava comprometendo suas funções vitais. Eu li em um site que existe uma grande diferença entre estar vivo e apenas viver. Pensando nisso, a Lu decidiu dar a dignidade e o amor de sempre para a Pepitations, orientada e amparada pela excelente veterinária Dr. Angélica Klauser. Algumas amigas estiveram presentes nesse momento difícil. Eu acompanhei de longe e inquieta... Nas horas de luto, as pessoas dizem que não há muito o dizer. Nada conforta... Sendo assim, um abraço de conforto e pensamentos positivos ajudam a acalmar quem fica e dá muita luz para quem está indo embora.

Na noite de ontem, eu tive um sonho lindo com a Pê: ela corria feliz e saudável, contente, aliviada. Não estava magrinha e seu corpinho não estava machucado pelas agulhas do soro. Eu senti paz... Acordei com um buraco no estômago e durante a manhã soube que ela tinha ido embora, virado "estrelinha", como nós gateiras dizemos quando um de nossos filhos morre. Lembrei de uma frase da Lu em umas postagem sobre uma gatinha do AUG, a Lisa: porque a terra tem que ficar mais escura para que o céu se ilumine? Talvez não tenhamos essa resposta nunca, amiga. Por isso permita o choro, a revolta, a descrença, os questionamentos. Vire um peixe boi de tão inchada. Lave a alma no banho, na cama ou em um ombro amigo. Fique ao lado de quem entende seu luto, sua perda, sua dor. Ou fique sozinha... Respeite seu momento e peça que o respeitem também. Tenha certeza de que a Pê estará sempre por perto e que eu estou ao seu lado.

"Amamos vc".
Esse post não estava pronto. E eu gostaria que ele nunca fosse feito.

Um comentário:

  1. muito difícil, doloroso e sem nehuma explicação... mas passa. hj melhor que ontem e pior que amanhã. só fica a certeza que tive um ano maravilhoso e que sou abençoada por ter tudo a pê como minha filha! amamos vc tb ;)

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