sábado, 26 de dezembro de 2009

adeus ano velho, feliz ano novo!

Quem me conhece um pouco sabe que eu não gosto muito de Ano Novo. Não da festa em si, do espumante, da roupa branca e dos amigos reunidos. Eu não gosto do drama e da falsidade que fica no ar, todo dia 31/12. São promessas e mais promessas de que daqui pra frente tudo vai ser diferente, as pessoas se perdoam, rolam abraços, lágrimas. Um diazinho do ano, um só, perdido entre outros 365, fica com toda a responsabiliade por ser "O" dia especial, o dia da virada, o dia dos pequenos milgares, o dia em que tudo se renova. Para mim, Ano Novo, é como um pedacinho do Carnaval adiantado: tudo é permitido, afinal, já é o último dia do ano e daqui algumas horas, tudo será esquecido!

Porém, não adianta reclamar: nada posso fazer e está chegando ao final... Mais um ano novo se aproxima, mais um para dar sequência na minha vida, mais um amontoado de dias, um após o outro e que as pessoas teimam em complicar e filosofar sobre seu sentido. 2010 será o ano que antecede os meus 30 anos, a idade em que as revistas de moda já aconselham um cortes de cabelo mais curtos, os cremes anti rugas mais potentes, roupas mais tradicionais. É a idade em que, para meu pai, as mulheres já deveriam estar casadas e com (pelo menos 2) filhos. 2010 será o ano em que minha Lelê completará 3 anos morando comigo. Parece que foi ontem que minha preta chegou, toda meiga e carinhosa, para alegrar a minha casa e a minha vida. 2010 será um ano profissional decisivo: é o ano do tudo ou nada, de rever as escolhas feitas anteriormente e tomar decisões importantes. Será ano de Copa do Mundo, ano de eleições, ano do filme do Lula. Ano em que minha prima mais nova começará a faculdade e meu primo mais velho será oficialmente um Arquiteto, duas pessoas que eu peguei no colo. Em 2010, Fevereiro terá 28 dias e o Lucca da Maigu e o "Bebê" da Ju vão nascer, saudáveis e lindos!
 
Eu espero algumas coisas especiais para 2010 e elas só entraram na minha lista depois de analisar bem meu 2009. Eita aninho bizarro e tenso: eu que sou ansiosa desde sempre, engatei uma crise de enxaqueca que já dura mais de um mês. (Re) Aprendi em 2009 que não posso confiar nem na minha sombra: a única pessoa por quem eu colocava a minha mão no fogo no quesito lealdade, deixou eu me queimar feio. É muito, muito ruim o sentimento de decepção, a sensação de querer entrar em um buraco e sumir para todo o sempre, Amém. Nesse ano que fica para trás, fortaleci laços de amizade e percebi que as relações humanas são muito mais complicadas do que eu poderia imaginar, e isso me fez rever conceitos, valores e opiniões. Não li os livros que gostaria de ler, não comprei tantos CDs: 2009 foi o ano da apatia cultural, um ano morno, bem chatinho, bem corporativo e sem sal.  
 
Meu pai deu um susto daqueles. Minhas duas melhores amigas casaram e fui madrinha nos dois casórios (um deles com direito ao posto de Dama de Honra). Nasceu a Lara, minha primeira sobrinha de coração. Veio o Lorenzo, o filho felino da minha mãe, meu irmão por teoria, meu palhacinho cambalhota por opção. Fiz novos amigos, terminei minha segunda pós graduação. Entrei e sai da academia duas vezes. Não ralei o carro, mas furei o pneu. Fiz meu primeiro lar temporário como voluntária do AUG. Não guardei um centavo do meu 13º. Recebi ajuda de onde eu menos esperei e abraços de quem eu não via há tempos.
 
Entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Todos os dias em que eu fui feliz, sem nem entender muito bem o porque. Todos os dias em que eu quis voltar no tempo, sumir, viajar, sem deixar rastros. Todos esses dias sinistros e estressantes, todos esses dias em que me senti mais sozinha do que nunca. Todos esses dias, cada um especial por seu motivo, uns mais completos, uns que deveriam ter sido riscados do calenário. Todos esses dias que fizeram meu ano de 2009 um ano de reflexão, salvaram-se aqui dentro do meu coração de pudim.
 
Obrigada a todos que passaram por esse blog fajuto, por meus caminhos muitas vezes esquisitos, pelo meu cotidiano, pela minha vida. A todos que me fizeram mais adulta, mais realista, mais pé no chão. Crescer definitivamente não é fácil. Obrigada aos que chegaram, aos que foram e porque não dizer aos que virão, afinal, 2009 ainda me conserva alguns dias e já sei que conhecerei pessoas incríveis. Obrigada a todos que entenderam meu jeito não tão fácil de ser e obrigada também a quem não me entendeu e me deu a chance de reavaliar algumas coisas. Aos que estiveram ao meu lado sempre, incondicionalmente, mesmo quando eu não tinha razão. Aos que me deixaram mais generosa e aos que me fizeram ver que é preciso ser mais gentil. Aos que me ouviram, me calaram, me amaram e me fizeram feliz. Obrigada.
 
E que venha 2010!

domingo, 20 de dezembro de 2009

welcome, férias!

A partir de amanhã, 1º dia útil depois do dia 18/12, estou oficialmente de FÉRIAS, merecidas férias. No último dia de trabalho do ano, eu quase tive um ataque de nervos, uma síncope, um treco mesmo. Suei frio, tive enxaqueca, taquicardia, nervosismo, vontade de jogar o telefone longe.

As pessoas resolveram trabalhar no último dia do ano. Largavam as pendências na minha mesa, desejavam "boas festas" e picavam a mula mais cedo, enquanto a otária aqui se descabelava. Sim, eu sei que não precisa. Sim, eu sei que logo logo eu já ia descansar. Sim, eu sei que não vale a pena... Mas é mais forte do que eu. Não consigo ser imune às coisas que acho que são erradas.

A cada pessoa que vinha me abraçar, meu nervosismo ia aumentando. Pelo menos o Gui, meu parceiro, compartilhava comigo dessa sensação horível de estar ferrado enquanto o mundo se despedia com a consciência tranquila, ou eu já ia procurar o Ambulatório Médico, achando que estava ficando (mais) maluca.

Amanhã, nada de crachá, Raposo, almoço no Bandeira, fofoca no café. Vou curtir minha Lelê e a casinha da mamãe. Nada melhor do que um colo materno quando se está a beira do caos. Espero que até o dia 3/Jan o tempo passe bem devagar, quase parando, num ritmo beeeem baiano. Preciso me desconectar da tomada, 220v já não tem sido mais meu limite e, levando em conta o meu histório familiar, morro de medo de ter um infarto antes dos 40.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

3 meses depois...

Minha mamãe Sandra em nada lembra aquela gatinha magrinha que chegou aqui em casa, com 6 filhotinhos. Pena que ainda ninguém se interessou pela minha linda de olhos azuis... Mas a hora dela chegará e, se possível, com uma das filhinhas.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

silvio

Silvio era o único macho da ninhada Combo7S... Era brincalhão e aterrorizava as meninas: puxava rabo, lambia, mas sempre foi muito carinhoso. Domingo, 29 de Novembro, Silvio foi para sua nova casa, encontrar seus pais e sua irmã felina Lindinha. Tenho certeza de que meu menino será muito feliz.

Foi a minha primeira doação de fato porque entregar gatos de outras voluntárias não conta! Ele chegou aqui ainda de olhos fechados e tive que segurar meu coração ao me despedir. Não foi fácil mas deu tudo certo. Eu só não sabia o que ainda me esperava: a mamãe e as irmãs aqui em casa.

Quando cheguei, ninguém miou, como é de costume. Abri a porta e vi uma cena que nunca mais vou me esquecer: as meninas juntas e a mamãe me olhando com carinha de "falta um por aqui". Chorei igual criança, abraçando a Sandrinha e pedindo desculpas o tempo todo.

É difícil entrar no quarto e fazer a contagem de apenas 5 filhotes (até a empresaga assustou), mas sei que é preciso e é para o bem deles! Pena que essa certeza não impeça meu coração de sofrer.


Seja feliz, meu menino!!!

ps.: Silvio é uma homenagem ao meu pai, que vive cercado só por mulheres - 4 filhas e 2 netas!